No outro dia resolvi ficar em casa a ver o filme Cold Mountain.
Ainda não tinha visto e sinceramente nem estava muito a par da história. Mas, para não variar, entrei em modo choradeira.
Muito choro eu em filmes, sou uma minina é o que é!!! :P
O filme tem vários momentos marcantes que me fizeram pensar em muita coisa. Pensar e sentir... daí o modo torneira ligada....
A guerra, o sentimento de se estar a lutar por algo que nem se acredita tanto assim ou que não justifica tanto sofrimento e tanta estupidez. O adeus, a separação daqueles de quem se gosta e a incerteza se os voltaremos a ver ou se é a derradeira vez. A crença, neste caso no amor, a esperança do reencontro que nos dá alento, que nos dá força para não desistir.
Tudo isto me fez passar por sentimentos distintos. Mas, como sou uma romântica incurável e uma eterna sonhadora, o momento do auge do fluxo lacrimal foi quando a Ada se vira para o Inman e lhe pergunta como é que ele pode estar apaixonado por ela, afinal eles não tiveram juntos assim tantas vezes, nem se conheceram assim tão bem.
Ele diz algo como: foram mil momentos.... não interessam se verdadeiros ou inventados. É como um saco de diamantes....
E de repente tudo fez sentido outra vez. A paixão é isso mesmo, não se explica, é algo que se sente, que vive de momentos, que encontra no sonho o seu maior aliado. A paixão alimenta-se de pequenos gestos, sorrisos, olhares, de coisas ditas e de coisas que ficaram por dizer. A paixão agarra-se às coisas reais mas também aos significados que atribuímos àquilo que a outra pessoa faz quando está ao pé de nós.
O que seria da paixão sem o sonho? Sem a imaginação?
A paixão é um saco de diamantes brutos e preciosos, uns já descobertos outros ainda por descobrir.
Mesmo que no fim, a gente se aperceba que afinal andámos aos círculos, que não vamos a lado nenhum, mesmo que achemos até que o melhor é parar, é bom estar apaixonada, é bom não perder a capacidade de sonhar.
Não é o sentimento que está errado, o "objecto" desse sentimento é que pode estar errado.
Mas depois de redescobrirmos a capacidade de nos apaixonarmos outra vez, não devemos aniquilar em nós essa redescoberta.
A vida continua e todos os dias acontecem momentos pelos quais nos devíamos apaixonar......
quarta-feira, agosto 02, 2006
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