É simultâneamente engraçado e triste ver que na nossa vida há pessoas que passam e outras que ficam.
Como é que uma pessoa pode ter tanta importância a uma dada altura e uns tempos depois não passar de um conhecido?
Na minha vida já tive surpresas e decepções com pessoas. Há aquelas pessoas pelas quais inicialmente não nutria qualquer tipo de simpatia e que de repente mostraram ser pessoas espectaculares. Há aquelas que tinham um determinado "posto" e importância na minha vida e que me magoaram e me decepcionaram e que foram alvo de um downgrade. Há aqueles cuja minha impressão inicial era negativa mas contrariei o que senti dando uma oportunidade para os conhecer melhor só para no final perceber que o meu feeling inicial estava certo... é o que dá quando não se ouve a nossa intuição....
Por mais difícil que seja aceitar, acho que cada vez mais me tenho de me mentalizar que o crescimento é feito disto. De dar e perder, do acreditar e das consequências adjacentes: o amor ou a dor.
É com a passagem de pessoas diferentes que aprendemos e crescemos. E de certa forma cada pessoa dá os seus contributos.
Claro que há contributos mais temporários que outros porque estão relacionados com uma dada fase que estamos a viver. E há os outros contributos, aqueles que permanecem em nós, que ajudam a moldar a nossa personalidade e a definir as nossas crenças e valores.
Há pessoas que passaram pela minha vida e que se calhar deixaram mais marcas do que aquelas que sempre estiveram aqui. Talvez pela intensidade ou multiplicidade de experiências ou talvez devido ao que retirei das experiências que com elas vivi.
Acho que são as lesson learned que fazem o que somos. Não são tanto as experiências por si mesmas que nos fazem crescer, mas sim o que retiramos delas.
Apesar de ter consciência que há situações piores posso afirmar que minha vida não foi fácil. Passei por situações que me magoram e que na altura não entendi. Pela minha vida passaram pessoas sem caracter, pessoas invejosas, egoistas mas também passaram pessoas altruistas, gentis e com valores próprios.
Não sou perfeita, não sou de todo dona da verdade nem o pretendo ser, mas gosto de mim. Gosto do que sou, gosto dos valores que tenho, gosto da pessoa em que me tornei. Gosto de saber o que quero e o que não quero.
E apesar dos tombos gosto e quero acreditar na amizade, no amor e nas pessoas.
